Na ordem decente estabelecida pela igreja assim como a conhecemos determinados corpos e experiências são ameaçadoras demais e precisam ser silenciadas e eliminadas para que o sistema continue funcionando. Por isso, o contar e recontar dessas histórias oferece uma possibilidade de imaginar e construir outras formas de relacionamento e vivência – na igreja ou fora dela.

Registrar a minha história e outras (de pessoas, organizações, instituições, eventos) que se entrelaçam com ela é uma forma de não deixar que continuem nos apagando da história e de tudo o que compõe a memória e a tradição que nos constituem e constituirão aqueles e aquelas que virão depois de nós. (...) Não se trata de um projeto salvífico ou de uma revelação escatológica que fariam cessar o preconceito, a discriminação, a violência e a injustiça.

É um relato de coisas que vi, ouvi e vivi e que revelam questões que não deveriam ser esquecidas e que merecem reflexão

Andre S. Musskopf