Comédia romântica, em que os personagens se entrelaçam para dar um novo sentido à vida, acometida por esse vírus monstruoso, enquanto vão vivendo suas angústias e alegrias entre o Engenho Novo e o Lins, ora quebrando, ora mantendo a quarentena. O narrador, Alencar é, como ele mesmo diz, uma espécie de “velhota fofoqueira”: aquele que conhece todo mundo, dá opinião e põe lenha na fogueira nos relacionamentos desses homens e mulheres maduros. Os sessentões Leandro, enfermeiro, e Jorge, pedreiro, centralizam a trama que se desenvolve durante vinte e um dias, tempo necessário para que uma mudança de comportamento ou de modo de pensar se firme no quotidiano de qualquer pessoa, conforme o Alencar, com “uma dose de heroísmo e um toque feminino”. Leandro e Jorge falam e pensam em literatura, política, religião, preconceitos, sexo, diferenças entre o homem e a mulher, e deixam-se embalar pelo pagode e pela MPB.

Paulo Japyassú